CASO A CASO

Dom, 27 de Junho de 2010 18:09

Não é simplesmente estar na chamada “lista negra” do TCE e TCU que um candidato terá o registro de sua candidatura negado pela justiça eleitoral. Pelo que têm dito os juízes do TRE-AC, cada caso será apreciado no seu contexto. Há nome nessas listas por má aplicação de recursos, mas também há por inobservância técnica, o que difere. Por isso a análise individual.

Apostando no filão


Ao colocarem dois pastores nas suas chapas majoritárias os partidos de oposição resolveram investir no filão evangélico, só que votos de crentes quebram mais do que arroz de terceira.

Marola fraca


Dirigentes da oposição não deram bola para a tentativa de rebelião comandada pelo ex-prefeito Normando Sales (PSDB), e acabou sendo montada a chapa PSDB-PSL.

Para quem não sabe


Foi o Normando vendo fracassar sua rebelião e abrindo negociação com emissários para que venha apoiar a sua chapa majoritária da FPA. Ele não tem votos, mas faz barulho.

Poderio financeiro


A candidata a deputada federal Antonia Lucia (PSC) deu com seus candidatos a deputado estadual, uma prova de poderio financeiro ontem na convenção dos partidos de oposição.

Outra conversa


Barulho na convenção é fácil fazer, basta ter dinheiro, já colocar votos nas urnas é outro papo. Todo ano é a mesma coisa, faz zoada, faz zoada, mas na hora dos votos esses desaparecem.

Outro contexto


Mas, este ano a sua campanha parece mais organizada tendo um leque de candidatos a deputado estadual a lhe apoiar e com ramificações em quase todos os municípios.

Desafio aberto


Ontem, na convenção, dizia em alto e bom som que vai ter mais votos para deputado federal que os candidatos Flaviano Melo (PMDB) e Márcio Bittar (PSDB).

Não deu para comparar


Não estava na cidade no dia da convenção da FPA, por isso não dá para comparar o público dos dois eventos. Ontem, tinha muita gente na convenção da oposição, mas isso não é parâmetro para se medir a popularidade de candidaturas majoritárias.

Pregação messiânica


O que deu para se notar na convenção da oposição foi uma verdadeira pregação messiânica de candidatos pastores, a começar pelo candidato a vice José Wildson (PPS), mostrando os candidatos do PT como favoráveis ao aborto e ao casamento de homossexuais, práticas condenadas pelos evangélicos. Parece que esse será o mote de campanha. Tipo “somos o povo de Deus” e os candidatos do PT o “povo do diabo”. Isso até podia funcionar se essa fosse uma eleição para escolha de candidatos a pastores de igrejas evangélicas. Mas, não é isso, o buraco é mais embaixo.

Mesmo diapasão


Outro que usou da palavra também como se estivesse pregando para evangélicos foi o ex-governador Romildo Magalhães (PSC) enaltecendo o Messias e a patrona de sua candidatura, Antonia Lucia (PSC), citada como “mulher de Deus”. Pintou Bocalon como se fosse um ungido por Deus. Um parêntese: até ontem, meu dileto amigo não andou dizendo em várias entrevistas que enquanto vivesse votaria no Tião Viana (PT), por ter lhe prestado um grande favor?

Fundamentalismo religioso


Não será em cima de uma campanha de fundamentalismo religioso que se vai reverter a posição negativa de Tião Bocalon (PSDB) nas pesquisas.

Rebatendo com Mateus


Em cima da bíblia dá para se citar, num contraponto: “nem todo aquele que me diz senhor, senhor entra no meu reino”. Mateus 7:21

Quadro atual


Não sou jornalista de gabinete. Ando muito. No mercado vou quase todo dia. Conheço os feirantes do mercado central por nome, banca por banca. Perguntei ontem a doze deles em quem votariam: nove disseram em Tião Viana (PT) ao governo e para o Senado Jorge Viana (PT) e Sérgio Petecão (PMN). Os três restantes Tião Bocalon (PSDB) para o governo, e para o Senado se dividiram entre João Correia (PMDB), Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Jorge Viana (PT). Claro que essa enquete não tem nenhum valor científico, mas, não difere muito do que se ouve pela cidade. E também a campanha nem começou. Mas, não deixa de ser um indicativo.

Some no vento


Que o nome do Sérgio Petecão (PMN) ao Senado pegou vento é uma realidade atual, mas se não tiver estrutura (já anda chorando pelos cantos a falta de mínimos recursos) isso poderá murchar no curso da campanha. Uma campanha majoritária não se faz com tapinha na costa, tem uma legião de candidatos a deputado esperando ajuda. E se essa não vier se bandeiam para o adversário.

Como um trator


O Tião Bocalon (PSDB), enfim, conseguiu como um trator D-8 passar por cima de todos os seus adversários na oposição e impôs a sua candidatura ao governo na marra.

Candidato dele mesmo


Essa sua postura arrogante, se por um lado viabilizou sua candidatura, por outro criou ressentimentos que serão refletidos negativamente na sua campanha, ele pode esperar.

Outros tempos


A meta do Márcio Bittar (PSDB) e sair desta eleição como o mais votado para Câmara Federal. Mas, isso não se consegue com conversa bonita e abraços, os tempos são outros.

Eminência parda


O secretário-geral Osmir Lima (PTB) é hoje entre os “nanicos”, a “eminência parda” da candidatura Edvaldo Magalhães (PCdoB) a senador.

Começo do pesadelo


É o dia 5 de julho chegar (data que começarão a serem julgados os pedidos de registros de candidaturas) para começar o pesadelo dos com pendências jurídicas e no TCE e TCU.

Apanhado rápido


Num apanhado rápido, 15 candidatos deverão ter os registros negados no TRE-AC.

Terra de ninguém


A candidata a deputada federal, Solange Pascoal (PMN), não conte abocanhar os votos de Senador Guiomard que, por estar na biqueira da Capital, é furado pelos demais candidatos.

Negócio de ocasião


Segundo fonte do PMDB, a candidatura do vereador Rodrigo Pinto a deputado estadual com apoio da executiva na campanha, foi a contrapartida pelo fim de sua candidatura ao governo.

É persistente


O mecânico Rabêlo Goes (PMDB) a cada eleição aumenta sua votação e não será surpresa este ano se chegar aos 4 mil votos. E consegue tudo no convencimento, pois recursos lhes faltam.

Lista dos favoritos


Se a FPA eleger seis deputados federais é quase provável que a lista esteja assim composta: Gladson Cameli, Perpétua Almeida, Fernando Melo, Henrique Afonso, Siba e Taumaturgo Lima.

Mas é difícil


Zebras existem na política, mas é difícil que apareça na chapa da FPA para deputado federal.

Bem estruturada


Pelo relato ouvido ontem de importante dirigente do PT, não será demais dizer que a candidatura do Ermício Sena (PT) a deputado estadual tem tudo para dar certo.

Não é programa


O candidato ao governo, Tião Bocalon (PSDB), precisa urgente explicitar o seu plano de governo. Simplesmente dizer ser “contra o PT” não é projeto, mas antipatia pessoal.

Correria doida


A oposição ainda ontem andava catando mulher a laço para ser candidata a deputada porque ficou longe de completar a cota estipulada pela justiça eleitoral.

Apenas aparente


Essa unidade apregoada pela oposição é apenas aparente. O pau está quebrando nas chapas proporcionais, inclusive, com ameaças claras de boicote à candidatura do Sérgio Petecão (PMN).

Um exemplo


Ontem, por exemplo, em plena convenção, Rodrigo Fernandes, filho do deputado Donald Fernandes (PSDB) acusava o secretário-geral do PSDB, Frank Lima, e o presidente Tião Bocalon (PSDB) de prejudicarem o partido ao aceitar a aliança com o PSL, que tem apenas dois candidatos, os deputados Luiz Calixto (PSL) e Josemir Anute (PSL).

Ninguém é dono


Como filho cabe a preocupação com a reeleição do pai, deputado Donald Fernandes (PSDB), mas o Rodrigo tem que entender que ninguém é dono dos votos, é quem tiver de ganhar vai ganhar.

Uma correção


Rodrigo Fernandes pediu registro para sua versão na coluna: “foi Petecão quem


agrediu verbalmente o deputado Donald Fernandes, e este apenas rebateu os


ataques”. Está dada a versão

E não é?


Antonia Lucia e o pastor Wildson andam nas igrejas pedindo para não votarem no candidato Tião Viana (PT) por Dilma Roussef ser a favor do casamento gay. E o Serra também já não disse que é?

Argumento infantil


Esse é o tipo do argumento infantil. A discussão tem que ser em cima de quem melhor pode ajudar o desenvolvimento do Acre. Em cima de projetos. E ponto final.

Não só isso


Do TRE-AC se espera não apenas degolar os candidatos atingidos pelo projeto “Ficha Limpa”, isso é fácil, mas montar um esquema com a PF para flagrar os compradores de votos. Virou uma desgraça nos bairros a montagem de listas sob pretexto de trabalhar no dia da eleição. É um expediente que virou prática de quase todos os candidatos a deputado. E tudo feito de forma aberta e descarada. Ou se combate essa prática ou essa bandalheira estará oficializada.






Luis Carlos Moreira Jorge