17/05/2010 11:29
Os técnicos do Ministério da Defesa estiveram em Sena Madureira neste sábado, 14, para fiscalizar várias obras que estão paralisadas e ruas que foram ‘asfaltadas’ apenas no papel.
Da Redação da Agência ContilNet
A equipe do Ministério da Defesa, vereador Josandro e técnicos da Prefeitura, de Sena durante fiscalização das obras
Muitas ruas não receberam pavimentação asfáltica
A Tenente do Exército, com o vereador Josandro e Alexandre Fustagno verificam obras no Estadio Marreirão
A equipe que o Ministério da Defesa enviou à Sena Madureira no sábado, 14, para fazer a medição de várias obras que foram iniciadas e não concluídas durante a administração do ex-prefeito Nilson Areal, retornou à Brasília com uma impressão negativa do município. Além das obras irregulares, como o estádio de futebol Marreirão, que está paralisado a mais de três anos e ruas que estão ‘asfaltadas’ apenas no papel, os técnicos tiveram que ouvir desaforos de um ex-assessor de Areal
O vereador Josandro Cavalcante (PSDB), um dos autores das denúncias contra Nilson Areal, estava acompanhando a fiscalização, juntamente com os representantes da Secretaria Municipal de Obras, Manasses Miranda e Alexandre Fustagno, quando o aliado do ex-prefeito, conhecido pela alcunha de ‘Maxixe’ parou uma motocicleta em frente ao estádio Marreirão e começou a atacar o parlamentar com palavras de baixo calão.
– Eu tinha atolado meu carro justamente em um dos buracos deixado pelo ex-prefeito quando o sujeito iniciou os ataques. Ele não se conforma em ter perdido o cargo e também as vendas de carne que fazia para a prefeitura na gestão da pessoa que ele defende – diz o parlamentar, que acionou a polícia e registrou queixa na delegacia.
Josandro Cavalcante diz lamentar o clima de guerra em que se encontra hoje Sena Madureira, e que diante do que ocorreu no último sábado, irá tomar cuidado com sua vida.
– Fico apreensivo, já que recentemente assassinaram um parlamentar em Acrelândia – observa.
O Estádio Marreirão está abandonado a cerca de três anos
Fiscalização
A missão dos técnicos do Ministério da Defesa, que pediram sigilo a identidade, é medir ruas que foram pavimentadas e outras obras financiadas com dinheiro do Programa Calha Norte. Em Sena Madureira, eles puderam ver que várias obras estão irregulares.
Um exemplo claro é o convênio 034/2007, no valor de R$ 1.491.371,89, firmado no ano de 2007 entre a Prefeitura e o Ministério da Defesa para asfaltar sete ruas. Deste valor, só restam R$ 6.815,60, e apenas uma rua foi pavimentada.
O engenheiro Janderson Pontes de Assis, da Construtora Madureira, assinou boletins de medição de serviços informando que nas seis ruas houve limpeza mecanizada dos terrenos, aquisição de placas prontas e assentamento, transporte e descarga de material de construção, asfalto, drenagem e obras de contenção (meios-fios, sarjetas e caiação), entre outros benefícios.
Apesar de terem verificado as irregularidades, os técnicos enviados pelo Ministério da Defesa não fizeram nenhum comentário sobre o que viram.
– Nós estamos aqui para fazer as medições e depois entregar o relatório aos nossos superiores – se limitou a dizer uma Tenente do Exercito.
Equipe fiscaliza ruas que foram asfaltadas apenas no papel
Resultado da fiscalização
O responsável pelo setor de engenharia da prefeitura de Sena, Alexandre Fustagno, disse que não tem previsão do resultado do trabalho de fiscalização realizado pelos técnicos do Ministério da Defesa.
De acordo com ele, a equipe fez a mediação de 15 ruas e fiscalizou as obras do estádio Marreirão.
– Não sabemos o tempo exato em que será concluído o resultado desse trabalho – diz.
O que é o Programa Calha Norte
O Programa Calha Norte (PCN) tem como objetivo principal contribuir com a manutenção da soberania na Amazônia e contribuir com a promoção do seu desenvolvimento ordenado.
Foi criado em 1985 pelo Governo Federal e atualmente é subordinado ao Ministério da Defesa. Visa aumentar a presença do poder público na sua área de atuação e contribuir para a Defesa Nacional.
Na sua etapa de implantação era chamado Projeto Calha Norte e tinha uma atuação limitada, prioritariamente, na área de fronteira. Hoje, o Programa foi expandido e ganhou importância em vista do agravamento de alguns fatores. Entre eles, o esvaziamento demográfico das áreas mais remotas e a intensificação das práticas ilícitas na região.
Nesse contexto, cresce a necessidade de vigilância de fronteira e proteção da população. Ao proporcionar assistência às populações, as ações do Programa pretendem fixar o homem na região amazônica.
O PCN busca desenvolver ações de desenvolvimento que sejam socialmente justas e ecologicamente sustentáveis. Para isso, é indispensável respeitar as características regionais e os interesses da Nação.
Fiscaliação da Arquibancada não construida do Estadio Marreirão
Fiscalização das Ruas
Maxixe é conhecido pelos tumultos que causa em eventos promovidos em Sena Madureira